1.
Mãe de jovem de 12 anos está preocupada porque o seu filho fez um ECG no contexto de uma consulta para iniciar atividade desportiva em clube de futebol. O técnico que realizou o ECG falou-lhe de uma arritmia. Mãe refere na consulta que "tenho vários casos de problemas cardíacos na família, inclusive o avô do jovem que faz medicação para controlar uma arritmia do coração". Traz o ECG (ver imagem) e pergunta "se é possível o filho ser referenciado a uma consulta de cardiologia pediátrica. Enquanto o filho não for visto por um Cardiologista não o vou deixar praticar qualquer desporto". Como orientar?
2.
Utente, 40 anos, sem antecedentes de relevo vem a consulta de rotina mostrar exames complementares de diagnóstico. Apresenta hemoglobina 18,2g/L, VGM 82fL, glicemia 95mg/dL, creatinina 1,3mg/dL, TGO 142, GGT 156, CT 182mg/dL, HDL 34mg/dL e TG 148mg/dL. Frequenta um ginásio porque pretende aumentar a sua massa muscular sendo que tem feito uns suplementos alimentares para melhorar o desempenho, embora não saiba especificar quais. Traz consigo um ECG que fez por iniciativa própria. Como interpreta o ECG (ver imagem)?
3.
Qual dos seguintes fármacos pode contribuir para as alterações encontradas (no caso clínico anterior)?
4.
Utente, sexo masculino, 55 anos, antecedentes de dislipidemia e hiperplasia benigna da próstata. Vem a consulta aberta por quadro de "visão turva, fraqueza, tontura e sensação de desmaio" que ocorre maioritariamente quando se levanta da cama. Refere que apos alguns segundos recupera espontaneamente. Encontra-se medicado com tansulosina desde há um mês. Qual das seguintes opções considera correcta?
5.
Utente, sexo masculino, 47 anos, IMC 34 kg/m2. Vem a consulta sendo a queixa prinicipal o cansaço que tem, sobretudo quando faz um esforço maior (como subir um vão de escadas). Explica ao utente o beneficio que teria na redução de peso, que o utente compreende e aceita. Quando lhe pergunta se está disponível para tentar mudar a sua alimentação para perder peso, o José responde que gostava muito de conseguir perder peso e se lhe quiser receitar algum medicamento pode começar já amanhã, mas não acha que as dietas vão funcionar uma vez que já tentou várias e nenhuma resultou. Em que fase do ciclo de mudança está o José?
6.
Criança, sexo masculino, 5 anos, PNV atualizado, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta por persistência de dor no ouvido esquerdo desde há 4 dias. A criança foi avaliada na unidade de saúde há 2 dias tendo sido feito o diagnóstico de otite média aguda à esquerda e iniciado terapêutica com amoxicilina 80 mg/kg/dia de 12/12 horas. A mãe confirma a toma correta do antibiótico ajustado ao peso da criança. A criança apresenta bom estado geral. Ao exame objetivo destaca-se temperatura axilar 36,8ºC (fez antipirético há 2 horas), otoscopia que mostra eritema da membrana timpânica à esquerda. Observa também ligeiro abaulamento do pavilhão auricular à esquerda e nota eritema na região retroauricular esquerda. Nega alergias medicamentosas. Como orientar esta criança?
7.
Criança, sexo feminino, 4 anos, PNV atualizado, frequenta creche, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta por quadro de febre de 39,1°C, associado a prostração e anorexia que iniciou há 3 dias. A mãe refere que notou dificuldade na ingestão de sólidos e líquidos nestes dias. A criança apresenta bom estado geral. Ao exame objetivo apresenta temperatura axilar 37,6 ºC (sob antipirético há 3 horas). Orofaringe apresenta lesões dispersas pelo palato mole (ver imagem). Nega alergias medicamentosas. Qual das seguintes opções considera correcta?
8.
Qual das seguintes situações NÃO contra-indica a utilização de contracepção com dispositivo intrauterino de cobre?
9.
Utente, sexo feminino, 29 anos, G2P1, 10 semanas de gestação, vem a consulta de vigilância. Apresenta estudo analítico do primeiro trimestre. Destaca-se grupo sanguíneo A negativo, Coombs indireto negativo, TSH 2,1 uUI/ml, anti-TPO positivo e glicemia 100 mg/dL. Qual das seguintes opções considera correcta?
10.
Determinada doença tem uma incidência de 10 por 100.000 habitantes por ano e prevalência de 70 por 100.000 habitantes por ano. A incidência da doença tem-se mantido constante ao longo dos anos. Um novo medicamento que controla a evolução da doença e aumenta a sobrevida dos utentes foi aprovado. No entanto este medicamento não cura a doença. Qual será o provável efeito da introdução deste novo medicamento como opção de tratamento dos utentes com a doença?
11.
Em que situação deve ponderar a referenciação ao serviço de urgência na suspeita de uma pielonefrite?
12.
Qual é a aplicação Informática que o médico deve utilizar quando pretende passar um certificado de óbito?
13.
Quais os profissionais que fazem parte das unidades de recursos assistenciais partilhados?
14.
Em que altura deve ser realizada a consulta de revisão de puerpério que decorra sem complicações nem desvios da normalidade?
15.
De acordo com o plano nacional de vigilância de saúde infantil, em que altura deve ocorrer a primeira consulta do recém nascido nos CSP?
16.
Numa consulta com um doente fumador, que instrumento pode utilizar para avaliar a motivação para deixar de fumar?
17.
Num utente com cefaleia, qual dos seguintes é considerado critério para realizar TAC crânio encefálica?
Cefaleia unilateral, em aperto, intensidade ligeira-moderada, em crescendo que iniciou após traumatismo crânio-encefálico.
Cefaleia bilateral, em aperto, intensidade ligeira-moderada, recorrente (2 a 3 vezes por semana), em utente com idade superior a 70 anos.
Cefaleia recorrente, unilateral, pulsátil, com náusea, vómitos e fotofobia associados, cujos episodios duram cerca de 4 a 6 horas.
Cefaleia localizada à região supra-orbital, unilateral, intensidade máxima, com lacrimejo ipsilateral.
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18.
Criança, sexo masculino, 11 meses, vem ao serviço de urgência porque apresenta cólicas abdominais intensas de inicio súbito desde há 12 horas. Iniciou entretanto vómitos e diarreia com sangue ("aspeto de geleia de framboesa"). A palpação abdominal apresenta massa na região umbilical. Qual a hipótese de diagnóstico mais provável?
19.
Constata que os membros de uma família estão muito pouco envolvidos uns com os outros, passam pouco tempo juntos e as interações entre eles são escassas. A família raramente é procurada em busca de apoio ou orientação para a tomada de decisões. Como se designa este tipo de família?
20.
Utente, sexo feminino, 35 anos, sem antecedentes de relevo, não fumadora, IMC 29 kg/m2. Vem a consulta preocupada porque fez um raio-x do tórax prescrito pela medicina do trabalho que mostrou a presença de nódulo bem delimitado e contornos regulares no lobo inferior esquerdo, com dimensão de 7 mm. A utente não tem registo de raio-x do tórax anterior. Qual a atitude mais adequada?
21.
Utente, sexo masculino, 65 anos, antecedentes de hipertensão, DPOC e hiperplasia benigna da prostata. Vem ao serviço de urgência por quadro de dispneia, tosse, dor tipo pontada no hemitórax direito que se agrava com os movimentos respiratórios. Quadro a evoluir desde há 3 dias. Ao exame objetivo destaca-se diminuição do murmúrio vesicular à esquerda, spO2 94% e tax. 37,4ºC. Pede um raio-x do tórax cujo resultado se apresenta na imagem. Qual o diagnóstico mais provável?
22.
Jovem, sexo feminino, 16 anos, sem antecedentes familiares de relevo. Menarca aos 15 anos. Encontra-se a fazer contraceptivo oral (Etinilestradiol 0,03mg + acetato de ciproterona 0,02 mg) no contexto de irregularidade menstrual e presença de acne facial. Bem adaptada e com boa resposta clínica ao contraceptivo oral. No registo clínico, consta ecografia ginecológica feita há 1 ano com resultado normal. Tem também estudo analítico com painel de doseamento hormonal (TSH, FSH, LH, testosterona total, 17-hidroxiprogesteronafeito, sulfato de dehidroepiandrosterona (SDHEA)) feito há 1 ano, sem alterações de relevo. Vem a consulta mostrar resultado de raio-x aos ossos da mão e punho pedido para avaliar a idade óssea por suspeita de atraso pubertário. O resultado indica desfasamento entre idade óssea e idade real de 3 anos. A utente aproveita a consulta para referir que desde há 3 meses tem cefaleia recorrente, hemicraniana direita, não pulsátil, intensidade variável, que parece localizar-se na região retroauricular direita. Melhoria parcial sob paracetamol 1000 mg. Refere também perceção de alteração da acuidade visual, não tendo a certeza se tal se associa aos períodos de cefaleia. Ao exame objetivo encontra-se assintomática. Destaca-se pressão arterial 122/82 mmHg, IMC 29 kg/m2, diminuição da acuidade visual à direita (OE 9/10 e OD 6/10). Discute com a jovem e com a mãe a necessidade de referenciar aos cuidados de saúde secundários para esclarecimento do quadro clínico, nomeadamente o desfasamento na idade óssea. No entanto, antes da referenciação pretende esclarecer melhor o quadro clínico da jovem. Qual das seguintes opções escolheria para orientar esta utente?
23.
Utente, sexo masculino, 63 anos, imigrante há 4 meses em Portugal, sem médico de familia. O utente tem tido consulta na sua USF na qualidade de utente esporádico. Verifica que o utente iniciou há 2 meses terapêutica com lisinopril+amlodipina 20+5 mg, sinvastatina 20 mg, levotiroxina 0,025 mg e sulfato ferroso 329,7 mg após diagnóstico de hipertensão arterial, dislipidemia, hipotiroidismo e anemia ferropriva. O utente vem à sua consulta aberta com indicação para reavaliação do quadro clínico. Durante a anamnese constata que o utente cumpre a posologia da medicação prescrita não obstante sentir náusea, epigastralgia e obstipação que associa ao início da terapêutica. Qual dos fármacos é mais provável ser responsável por estes sintomas?
24.
Utente, sexo masculino, 73 anos, antecedentes de DPOC e hipertensão. Fumador 40 UMA, atualmente fuma 20 cigarros por dia. Utente é trazido ao serviço de urgência por quadro de dispneia e dor torácica, que iniciou subitamente há 2 horas e que agrava com a inspiração profunda. Durante a anamnese o utente refere que desde há 5 dias que sente dor na perna direita e que se auto-medicou com naproxeno 500 mg de 12/12 horas por “achar que se tratava de mais uma crise da sua lombociatalgia”. No entanto, desta vez, acha que a medicação que tem para fazer em SOS não surtiu o mesmo efeito apresentando a perna mais dura e dorida. Ao exame objetivo apresenta-se ansioso, taquipneico, pressão arterial 148/88 mmHg, pulso 105 bpm, regular e rítmico, SpO2 92%. Na auscultação pulmonar são audíveis crepitações e roncos dispersos e a auscultação cardíaca é normal. Apresenta também edema unilateral da perna direita até à raiz da coxa. Antes de avançar com pedido de meios complementares de diagnóstico, qual a suspeita de diagnóstico mais provável?