Icterícia neonatal
Conteúdo disponível na plataforma dermatMD
A plataforma dermatmd.com utiliza filtros para devolver imagens/patologias com base nas características selecionadas:
1. Localização 2. Lesão eritematosa? 3. Evolução 4. Tipo de lesão 5. Textura da superfície 6. Tipo de bordos 7. Cor 8. Distribuição das lesões 9. Sintomas associados 10. Informações adicionais
Informação sumária
- A icterícia neonatal, ou hiperbilirrubinemia neonatal, é uma patologia frequente do recém-nascido que resulta de níveis elevados de bilirrubina total sérica:
- quando atinge valores > 5 mg/dL (> 85.5 μmol/L) torna-se visível nas escleróticas e na pele (coloração amarelada).
- A evolução da icterícia é cefalo-caudal e regride no sentido oposto. Aparece inicialmente nas escleróticas, rosto, tronco e por fim estende-se aos membros. As zonas de Kramer auxiliam na avaliação subjetiva dos níveis de bilirrubina:
- Zona 1 – Icterícia de cabeça e pescoço (BT = 6 mg/dL)
- Zona 2 – Icterícia até o umbigo (BT = 9 mg/dL)
- Zona 3 – Icterícia até os joelhos (BT = 12 mg/dL)
- Zona 4 – Icterícia até os tornozelos e/ou antebraço (BT = 15 mg/dL)
- Zona 5 – Icterícia que atinge a região plantar e palmar (BT = 18 mg/dL)
- A icterícia neonatal pode ser classificada em 3 grupos de acordo com a sua evolução temporal:
- Surge < 24 horas de vida – Icterícia patológica [!]
- o início precoce da icterícia é um fator de risco para hiperbilirrubinemia grave que requer tratamento imediato.
- causas de icterícia patológica incluem:
- Hemólise: extravasamento de sangue (hematoma/traumatismo durante nascimento); hemorragia (cerebral, pulmonar, intra-abdominal); isoimunização.
- Diminuição da conjugação da bilirrubina: Síndrome de Gilbert; Hipotiroidismo congénito.
- Diminuição da excreção de bilirrubina: Ductos biliares anormais; Fibrose cística.
- Outras causas: Infeção congénita (TORCH); Alteração inata do metabolismo.
- Surge > 24 horas – Icterícia fisiológica
- ocorre sob a forma de hiperbilirrubinemia não conjugada, forma leve e transitória, atingindo pico entre o 3º e o 8º dia de vida.
- geralmente resolve até aos 14 dias de vida, eventualmente até às 3 semanas de vida se lactente prematuro.
- geralmente não requer tratamento:
- no entanto, se o lactente apresentar valor BT superior ao limiar de tratamento, tiver fatores de risco para doença subjacente, ou alteração suspeita ao exame objetivo, deve ser referenciado para estudo de causa patológica subjacente.
- Persiste após os 14 dias de vida – Icterícia prolongada
- começa e/ou persiste após o 14º dia em lactentes a termo ou 21º dia em lactentes prematuros.
- causas de icterícia prolongada incluem:
- Icterícia do leite materno: inicia-se entre o 4º e 7º dias atingindo um pico entre as 2 e 3 semanas. Resolve por volta dos 3 meses de idade. Mais comum em lactentes sob aleitamento materno exclusivo. Geralmente os lactentes apresentam bom estado geral e com ganho ponderal adequado.
- Icterícia por falha no aleitamento: ocorre geralmente na primeira semana de vida e associa-se a baixo aporte de leite materno e consequente défice de nutrição e hidratação.
- Icterícia prolongada pode ter causa patológica subjacente: hipotiroidismo congénito; hemólise; deficiência em G6PD; infeção; alteração inata do metabolismo.
- Surge < 24 horas de vida – Icterícia patológica [!]