Eritema nodoso
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1. Localização 2. Lesão eritematosa? 3. Evolução 4. Tipo de lesão 5. Textura da superfície 6. Tipo de bordos 7. Cor 8. Distribuição das lesões 9. Sintomas associados 10. Informações adicionais
Informação sumária
- O eritema nodoso é a forma mais comum de paniculite. A causa exata é desconhecida, embora seja hipótese que possa ser consequência de uma resposta de hipersensibilidade tardia a uma variedade de estímulos antigénicos com subsequente formação e deposição de complexos imunes nas vénulas dos septos da gordura subcutânea.
- Manifesta-se pelo aparecimento agudo de nódulos/placas eritematosas, com sensibilidade a dor, que podem ter 1-6 cm de diâmetro.
- as lesões são bilaterais e simétricas, normalmente distribuídas nas extremidades distais inferiores das áreas pré-tibiais. Podem no entanto envolver outras regiões como tornozelos, coxas e antebraços.
- É geralmente autolimitado e remite dentro de 1 a 6 semanas: evolui progressivamente de um vermelho brilhante inicial a uma descoloração amarelo-castanho ou verde-azulada, que pode fazer lembrar a evolução de um hematoma.
- a coexistência de lesões em diferentes estágios de evolução pode ser observada no mesmo utente.
- os nódulos cicatrizam sem ulceração, cicatrizes ou atrofia.
- as recorrências são comuns.
- Mais prevalente em mulheres (3:1) entre 25 e 40 anos (pode no entanto ser observada em qualquer idade).
- O diagnóstico é essencialmente clínico, embora deva ser confirmado por biópsia incisional ou excisional.
- A etiologia do eritema nodoso é, na maioria das vezes, idiopática. No entanto, antes de se estabelecer o diagnóstico de eritema nodoso primário, deve-se descartar eventual manifestação do doença sistémica/causas secundárias:
- Infeção bacteriana (Streptococcus): suspeitar se história recente de faringite (lesões de eritema surgem após 2-3 semanas);
- Doença de Behçet: suspeitar se presença de outros critérios de diagnóstico como úlceras orais recorrentes, ulceras genitais, envolvimento ocular (ex. uveíte) ou teste de patergia positivo;
- Doença inflamatória intestinal (doença de Crohn ou colite ulcerosa) ou doença infecciosa intestinal: suspeitar se quadro recorrente de diarreia, dor ou desconforto abdominal;
- Sarcoidose: suspeitar perante quadro de dispneia, tosse, desconforto torácico, fadiga, mal-estar, fraqueza, anorexia, perda ponderal e/ou febre baixa;
- Tuberculose: suspeitar perante quadro de febre, suores noturnos, perda de peso, tosse ou contacto de proximidade com casos conhecidos;
- Malignidade: suspeitar perante quadro de anorexia, perda ponderal, fadiga, mal-estar, caquexia.
- Medicação (inclui sulfonamidas, brometos e contraceptivos orais), vacinas ou radioterapia: suspeitar se existe associação temporal com a manifestação de eritema nodoso.
- Perante sinais/sintomas que possam fazer suspeitar de uma determinada etiologia secundária, ponderar a realização de estudo analítico / imagiologia de acordo com a suspeita clínica:
- Hemograma completo, PCR, velocidade de sedimentação.
- Zaragatoa orofaringe para diagnóstico de infeção por Streptococcus; títulos de anticorpos antiestreptocócicos.
- Teste cutâneo de tuberculina (Mantoux); teste IGRA; exame direto e cultural da expectoração.
- Radiografia do tórax.
- Coproculturas; exame parasitológico das fezes; colonoscopia.
- Estudo orientado para suspeita de malignidade.
- Teste de gravidez em mulher em idade fértil.