Urticaria
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- Local. Tronco e membros
- Lesão eritematosa? Lesão eritematosa
- Tempo de evolução. Agudo: inferior a 2 semanas, Recidiva/recorrente
- Tipo de lesão. Levantada: pápula, placa ou nódulo
- Textura da superfície.
- Tipo de bordos. Mal definidos
- Cor. Devido a sangue: rosa, vermelha, púrpura ou roxo
- Distribuição das lesões. Lesões múltiplas generalizada/dispersas, Lesões confluentes/coalescentes
- Sintomas associados. Prurido
- Informação complementar.
Informação sumária
- A urticária é uma condição caracterizada pelo desenvolvimento de pápulas (urticária), angioedema ou ambos.
- Pápulas:
- aparência eritemato-pruriginosas, tipicamente com palidez central;
- variam em tamanho e forma e confluem;
- são migratórias, cada uma resolvendo ao fim de 30 minutos a 24 horas, dando origem a novas, sem qualquer equimose ou pigmentação residual.
- Angioedema:
- tumefação súbita e pronunciada, com cor eritematosa ou da cor da pele, que ocorre na derme inferior ou subcutânea;
- sensação de parestesias, queimor, aperto e, às vezes, dor em vez de prurido;
- apresenta resolução mais lenta que a das pápulas, pode demorar até 72 h.
- Pápulas:
- A urticária deve ser diferenciada de outras condições médicas que envolvam pápulas, angioedema ou ambos como anafilaxia, síndromes autoinflamatórias, vasculite urticariforme ou angioedema mediado por bradicinina.
- Pode ser classificada de acordo com a sua duração ou trigger:
- Aguda: ocorrência de pápulas, angioedema ou ambos por ≤ 6 semanas;
- Crónica: ocorrência de pápulas, angioedema ou ambos por > 6 semanas;
- pode apresentar sinais e sintomas diários ou quase diários ou manifestar-se com curso intermitente/recorrente;
- Espontânea: ocorre sem fator desencadeante definido.
- Induzível: ocorre sendo identificado um fator desencadeante/trigger específico envolvido.
- exemplos de trigger incluem: frio, calor, pressão (efeito tardio), luz solar, urticária aquagénica, urticária colinérgica (calor, exercício ou suor), urticária de contacto, ou angioedema vibratório
- Etiologia
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- Há inúmeras causas potenciais de urticária, embora na maioria dos casos permaneça idiopática.
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- Prevalência
- As mulheres são duas vezes mais afectadas do que os homens.
- Prevalência mais elevada entre os 40 e 60 anos de idade.
Diagnóstico diferencial
Urticária Aguda
- Dermatite atópica
- Dermatite de contato
- Erupções medicamentosas
- Picadas de inseto
- Penfigoide bolhoso
- Eritema multiforme menor
- Reações induzidas por plantas
- Exantemas virais
- Síndrome auriculotemporal
- Síndrome Sweet
Urticária Crónica
- Vasculite urticariforme
- Urticária papular
- Mastocitose
- Síndromes autoinflamatórias (síndromes periódicas associadas à criopirina e síndrome de Schnitzler)
- Deficiência do inibidor da esterase C1
- Penfigoide bolhoso
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Erupção polimórfica da gravidez
- Síndrome hipereosinofílica
- Anafilaxia
Tratamento e Orientação
- Tratamento de 1ª linha:
- Anti-histamínico H1 de segunda geração, em dose diária regular.
- Anti-histamínicos H1 de primeira geração não tem indicação por rotina, devido aos seus efeitos de curto e longo prazo no sistema nervoso central.
- Considerar subir a dose de anti-histamínico H1 de segunda geração, até 4 vezes a dose regular, se sintomas não controlados com doses inferiores.
- Subir dose a cada 2–4 semanas, se controlo insuficiente.
- Após controlo completo dos sintomas, pode ser tentada uma redução gradual da dose.
- Outras opções para controlo sintomático incluem:
- Ponderar acrescentar montelucaste ao anti-histamínico H1 de segunda geração, em utentes cujos sintomas não são adequadamente controlados (menor evidência);
- Ponderar acrescentar prednisolona oral (0,5 mg/kg) ao anti-histamínico H1 de segunda geração em cursos curtos e infrequentes de apenas alguns dias como tratamento de resgate para controlar as exacerbações graves.
- Anti-histamínico H1 de segunda geração, em dose diária regular.
- Se sintomas refratários aos anti-histamínicos H1, os utentes devem ser referenciados a consulta de Dermatologia e/ou Imunoalergologia para início de fármacos de 2ª linha:
- Omalizumab: administração subcutânea de 300 mg a cada 4 semanas.
- Ciclosporina
A urticária crónica geralmente é autolimitada, tendo duração média de 3 a 5 anos. A taxa de remissão em 12 meses é de 80%. Até 14% dos casos podem persistir por mais de 5 anos.