1.
Criança com 8 anos. Temporariamente a viver em casa dos avós maternos por ausência do pai que se encontra a trabalhar no estrangeiro há 6 meses. Desde há 2 meses que iniciou primeiro episódio de enurese noturna, que ainda mantém. Sem qualquer outro sintoma associado. Como orientar inicialmente?
2.
Criança de 6 anos iniciou febre (38.0°C temperatura máxima) e odinofagia há 3 dias. Desde ontem que descreve presença de erupção cutânea, pruriginosa, em todo corpo. Ao exame objetivo apresenta bom estado geral e está apirético. Tem pápulas, vesículas e crostas em todo o corpo, incluindo no couro e cabeludo genitais, mas poupando palmas e plantas. Qual o período de evicção escolar que deve cumprir?
3.
Utente, sexo feminino, 55 anos, apresenta corrimento mamilar, bilateral, semelhante a leite, desde há 14 dias. Na medicação habitual da utente consta a associação de perindopril com indapamida, amissulprida, associação de metformina com dapaglifozina e atorvastatina. Qual dos medicamentos pode estar a contribuir para a alteração reportada pela utente?
4.
Utente, sexo masculino, 81 anos, com demência de Alzheimer. Caiu em casa e fez uma fractura do colo do fémur, perdendo a mobilidade. Vai precisar de reabilitação durante cerca de dois meses, mas a sua esposa,78 anos, não tem capacidade para o levar a fisioterapia. Também não tem outros familiares que a possam ajudar. Qual o tipo de internamento mais adequado na Rede Nacional de Cuidados Continuados?
5.
Utente, sexo masculino, 58 anos, sem antecedentes de relevo. Vem à consulta aberta por lombalgia intensa (dor 7/10), sem irradiação, desde ontem. Admite que esteve a carregar pesos em casa e isso pode ter sido a causa da dor. Nega traumatismo e não tem outros sintomas. Ao exame objetivo apresenta dor à palpação das apófises espinhosas e dos músculos paravertebrais ao nível das últimas vértebras lombares, sem contratura associada. Os testes de compressão radicular são negativos. Qual o tratamento farmacológico de 1ª linha?
6.
Utente, sexo feminino, 60 anos, IMC 24 kg/m2, diabetes mellitus, hipertensão e dislipidemia, medicada respetivamente com metformina 1000 mg (1+0+1), perindopril+indapamida 4+1,25 mg (1+0+0) e atorvastatina 40 mg (0+0+1). Fumadora 30 UMA, atualmente 10 cigarros/dia. Tem por hábito beber um copo de vinho tinto maduro ao almoço e jantar. Antecedentes de fratura do fémur direito, há 15 anos, em contexto de acidente de viação. Sem sequelas. Menopausa há 6 anos, sem terapia hormonal de substituição. Na história familiar destaca-se neoplasia da próstata do irmão, diagnosticado aos 67 anos. Refere também que a mãe, já falecida, tinha prótese total da anca no contexto de fratura aos 72 anos.A utente mudou recentemente de USF. Vem a uma 2ª consulta de vigilância de diabetes. No decurso da consulta a utente pede para fazer uma densitometria óssea: "Doutor, em conversa com as minhas amigas, todas elas já fizeram uma osteodensitometria e uma delas até me referiu que toda a gente deveria fazer este exame pelo menos uma vez na vida". Tendo em conta o pedido da utente, decide rapidamente utilizar a ferramenta FRAX para avaliar o risco de fratura. Obtém uma probabilidade de risco de fratura a 10 anos para fratura maior osteoporótica de 5,8% e para fratura da anca de 1%. Tendo em conta a mais recente evidência no que diz respeito à prescrição de osteodensitometria, como orientar esta utente?
7.
Um teste com sensibilidade de 99,9% e especificidade de 99% é utilizado para rastrear uma doença numa população, cuja prevalência da doença é conhecida e corresponde a 1%. A proporção de positivos no teste, entre os utentes que que têm a doença é de, aproximadamente:
8.
Utente, sexo masculino, 57 anos, IMC 31 kg/m2, ex-fumador 25 UMA. Com hipertensão arterial, dislipidemia a angina. Sob ácido acetilsalicílico, atenolol, nitrato, enalapril e atorvastatina. Utente vem a consulta com resultado de prova de esforço: mostra infradesnível do segmento ST, padrão horizontal 3,0 mm (mV) em seis derivações, que surgiu quando atingiu a capacidade de esforço 4 MET. Recuperou para registo eletrográfico normal após 4 minutos em repouso. Em consulta encontra-se assintomático e exame objetivo sem alterações de relevo. Como orientar este utente?
9.
Utente, sexo masculino, 74 anos, antecedentes de enfarte agudo do miocárdio (EAM) aos 68 anos, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). É ex-fumador, com uma carga tabágica de 30 UMA. Recorre à consulta aberta, por aparecimento de febre (38,2ºC) e tosse com expetoração. Refere que a expectoração é diferente do habitual, em maior quantidade e com coloração amarelada. Nega alteração do padrão habitual de dispneia e pieira. Sem alergias conhecidas. Pondera a hipótese de agudização de DPOC. Qual das seguintes opções aponta para a necessidade de iniciar antibioterapia?
10.
Em relação ao caso anterior, qual o esquema de antibioterapia de 1ª linha que optaria?
11.
Em relação ao caso anterior, qual o esquema de corticoterapia que optaria?
12.
Qual é a duração máxima preconizada para tratamento com benzodiazepinas na insónia aguda?
13.
Utente, sexo feminino, 70 anos, IMC 29 Kg/m³ e HTA. Encontra-se medicada com alzizartan 80 mg id e indapamida 2,5 id mas mantém valores de pressão arterial sistólica em ambulatório persistentemente entre 150 e 160 mmHg. Decide escalar a terapêutica. Qual das seguintes classes de anti-hipertensor optaria por introduzir?
14.
Em que idade pediátrica considera ser um sinal de alarme no desenvolvimento ter as mãos sempre fechadas?
15.
Criança com 5 anos vem a consulta de vigilância acompanhado pela avó materna. A Avó refere que o irmão de 7 anos recebeu um cheque-dentista para fazer uma consulta no dentista, "embora até tivesse os dentes em bom estado porque lava os dentes todos os dias, por vezes duas vezes por dia". Pergunta se o irmão que está em consulta pode também receber um cheque para "fazer uma consulta de medicina dentária de revisão, já que se esquece frequentemente de lavar os dentes". Ao exame objetivo não se observa qualquer lesão sugestiva de cárie nem outra alteração de relevo. Como orientar este pedido da avó?
16.
Utente, sexo masculino, 24 anos, com diagnóstico de asma desde os 7 anos, com bom controlo (sem agudizações) desde os 11 anos. Vem a consulta por quadro de rinorreia serosa, dor de garganta e sintomas que associa a agudização da sua asma: piera, tosse seca, e falta de ar que persiste várias vezes ao dia. A falta de ar e a pieira são mesmo muito incómodas pelo que iniciou salbutamol inalado, que tem feito várias vezes ao dia com alivio parcial dos sintomas. À auscultação pulmonar destaca-uma sibilancia expiratória moderada bilateral, sem roncos nem diminuição do murmúrio vesicular, frequência respiratória aumentada e ligeira tiragem intercostal. A saturação de 02 é de 95%. O utente tem IMC 24 kg/m2 (peso 60 kg). Qual o plano para este utente?
17.
Após reavaliação do jovem (caso clinico anterior), verifica que ocorreu melhoria significativa dos sintomas. Pretende dar alta ao utente. Como orientar a terapêutica em ambulatório do utente?
18.
Utente, sexo feminino, 35 anos, afro-descendente, IMC 24 kg/m2, não fumadora, G21P1A. Diagnóstico recente de hipertensão arterial (há 4 meses), com bom controlo tensional, sob indapamida+amlodipina 1,5+10 mg (1+0+0). Desde há 2 anos que retomou contracetivo oral combinado. Antecedentes de litíase renal, com 3 episódios nos últimos 2 anos. A utente vem a consulta por quadro que iniciou há 8 semanas de tosse produtiva com expectoração mucosa e dispneia para médios esforços. Já fez ciclo de antibioterapia com amoxicilina, sem melhoria. O tratamento sintomático com antitussígenos também não surtiu efeito. Traz consigo um raio-x do tórax que mostra adenopatias hilares bilaterais. Ao exame objetivo apresenta-se apirética, eupneica em repouso, sem sinais de dificuldade respiratória. Auscultação cardíaca rítmica, sem sopros e auscultação pulmonar com murmúrio vesicular simétrico, sem ruídos adventícios. SpO2 95%. Palpação do abdómen sem massas ou organomegalias. Constata a presença de 4 nódulos, com cerca de 2 cm, ligeiramente elevados e com superfície eritematosa. A utente refere dor ligeira durante a palpação dos nódulos. Verifica no processo clínico que a utente tem perdido peso, sendo o seu IMC há 2 anos de 29 kg/m2. Como orientar a utente?
19.
Utente, sexo feminino, 32 anos, IMC 22 kg/m2, G0P0, fumadora 10 UMA, sob contracetivo oral combinado. Vem a consulta mostrar resultado de colonoscopia pedido em contexto de quadro arrastado de diarreia com muco e, por vezes, sangue que iniciou há seis meses. Nos últimos 6 meses perdeu 8% de peso. No estudo analítico destaca-se anemia normocítica e normocrómica com Hb 10,2 g/dL. A colonoscopia evidenciou ulceração difusa no retossigmoide e ausência de lesões macroscópicas no cólon descendente, cólon transverso, cólon ascendente e no íleo terminal. Qual o diagnóstico mais provável?
20.
Utente, sexo feminino, 24 anos, G1P1, parto eutócito há 2 semanas. Vem a consulta com o recém-nascido e pede orientação sobre o aleitamento materno. Em relação à pega correta da mama, qual das opções é incorreta?
21.
Em qual das seguintes situações deve solicitar o consentimento informado?
22.
Utente, sexo masculino, 60 anos, não frequentador, antecedentes de hipertensão. Encontra-se medicado desde há vários anos com amlodipina 10 mg, indapamida 2,5 mg, perindopril 5 mg e valsartan 80 mg. Vem a consulta aberta porque desde há 3 semanas que tem edema bimaleolar. Queixa-se também de algumas tonturas que têm sobretudo após se levantar da cama. Ao exame objetivo confirma o edema bimaleolar. Apresenta auscultação cardíaca e pulmonar sem alterações e pressão arterial de 105/83. Sem outras alterações de relevo. Discute com o utente a necessidade de ajustar a terapêutica para a hipertensão. Agenda consulta em 3 meses para reavaliar, indicando a necessidade de monitorizar o perfil tensional em ambulatório. Qual a opção que escolheria para otimizar terapêutica?
23.
Utente, sexo feminino, 32 anos, 0P0G, sem histórico de vacinação para a rubéola, vem a consulta pre-concepcional mostrar resultados das análises pedidas. Constata que não apresenta imunidade para rubéola. Após descartar gravidez em curso, discute a possibilidade de vacinar a utente, que aceita. Quanto tempo deve esperar até engravidar?
24.
Utente, sexo feminino, 35 anos, sem antecedentes pessoais de relevo. Recorre à urgência por apresentar dor lombar e abdominal intensa (8/10), tipo cólica, de início súbito, localizada à direita, com irradiação para o hipogastro. Sem posição antálgica. Com náuseas associadas. Ao exame objetivo apresenta dor à percussão da região lombar direita e à palpação da fossa ilíaca direita. Não tem dor à descompressão do abdómen. Qual é o diagnóstico mais provável?
25.
Criança, sexo masculino, 8 meses, sem antecedentes de relevo. Vem a consulta aberta porque apresenta quadro de febre (tax. 39ºC) desde há 1 dia e tosse. Os pais referem estar com menos apetite e mais prostrada. Ao exame objetivo confirma o estado febril e destaca-se ausência de murmúrio vesicular no ⅓ inferior esquerdo e SpO2 de 93%. Faz o diagnóstico de Pneumonia adquirida na comunidade. Discute com os pais a possibilidade de enviar a criança para observação no Serviço de Urgência. Qual o critério de gravidade que apoia a decisão de referenciar a criança?