Hematoma muscular
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- Local. Tronco e membros
- Lesão eritematosa? Lesão não eritematosa
- Tempo de evolução. Agudo: inferior a 2 semanas
- Tipo de lesão. Subcutânea/profunda: tumefação
- Textura da superfície. Normal/lisa
- Tipo de bordos. Mal definidos
- Cor. Devido a sangue: rosa, vermelha, púrpura ou roxo
- Distribuição das lesões. Lesão discreta/isolada: 1 a 5 lesões
- Sintomas associados. Dor
- Informação complementar.
Informação sumária
- Colecção de sangue extravasado num grupo muscular. Podem ser classificados em:
- Hematoma intramuscular superficial
- Hematoma intramuscular profundo
- Hematoma intermuscular
- Hematoma com características mistas (intramuscular e intermuscular)
- O diagnóstico clínico de um hematoma superficial ou intermuscular é geralmente fácil devido à manifestação típica de lesão plana (mácula ou mancha), de limites mal definidos com coloração inicialmente rosada que progride para violácea e cuja extensão é variável. Associa-se geralmente a dor espontânea e dor à palpação assim como a edema e possível perda temporária da função muscular.
- O diagnóstico clínico de um hematoma profundo pode ser mais difícil de se estabelecer. Perante a suspeita, poderá ser necessário recorrer ao apoio de imagiologia para se definir o diagnóstico. A identificação do hematoma profundo pode ser somente possível 12-72 horas após o evento traumático.
- o hematoma profundo, sobretudo se for extenso, pode ter pior prognóstico/maior probabilidade de complicações como a miosite ossificante ou a fibrose. A recuperação deve ser mais prolongada.
- sinais de pior prognóstico incluem: aumento da dor e da tumefação/edema após 48-72 horas, diminuição dos pulsos periféricos, fraqueza ou parestesias em nível inferior à lesão/traumatismo.
- Etiologia:
- Traumática
- trauma direto: consequência de um impacto contra um objeto contundente externo ou contra um osso.
- trauma indireto: contração muscular excessiva ou descoordenada.
- Espontânea
- extravasamento de sangue em grupo muscular, sem trauma, diversas vezes associados a terapêutica anticoagulante em utentes mais idosos.
- ocorre maioritariamente ao nível da musculatura abdominal anterior/posterior e músculos das nádegas.
- dependendo da extensão do hematoma e das comorbilidades do utente, pode associar-se a condições potencialmente fatais com mortalidade entre 4 e 20%.
- Traumática
Diagnóstico diferencial
Traumáticos:
- Variável, mais frequente no tronco e membros
Espontâneos:
- Abdominal Anterior
- Abdominal Posterior
- Nádegas
Tratamento e Orientação
A abordagem ao hematoma deve ter em consideração a etiologia traumática versus espontânea do mesmo:
- Hematoma traumático: recomenda-se o tratamento conservador (RICE)
- Repouso: recomendado durante as primeiras 24-72 horas após o evento traumático de modo a evitar continuidade do sangramento e exacerbação da necrose fibrilar.
- Ice: aplicação de compressas frias sobre o local com ciclos de 12-15 minutos a cada 2-3 horas reduz o edema a inflamação subjacente.
- Compressão: a compressão elástica durante 2-7 dias melhora a drenagem vascular. A intensidade da compressão não é estabelecida, mas de todo o modo não deve induzir dor ou sinais de má perfusão.
- Elevação: a elevação do membro lesionado pode contribuir para a resolução do hematoma reduzindo a pressão arterial e aumento do refluxo venoso.
- Numa 2ª fase do tratamento conservador, deve-se fomentar a mobilização articular, tanto ativa como passiva:
- a duração da imobilização deve ser limitada a um curto período, suficiente para produzir uma cicatriz capaz de suportar as forças induzidas pela remobilização.
- a atividade muscular (mobilização) deve ser iniciada gradativamente sendo que a progressão deve ser controlada individualmente através do limiar álgico e pela função.
- Analgesia: algumas recomendações sugerem utilizar AINE apenas após as primeiras 48 horas, e nunca mais de 7 dias, para não interferir com o processo bioquímico de quimiotaxia e diferenciação das células satélite. Paracetamol é também eficaz como analgésico.
- Hematoma espontâneo
- De acordo com a dimensão do hematoma e das comorbilidades do utente, um hematoma espontâneo pode ter potencial evoluir e conduzir a instabilidade hemodinâmica/sindrome compartimental. A referenciação hospitalar deve ser considerada para identificação da estrutura vascular que o origina (TAC ou AngioTAC) e subsequente orientação terapêutica:
- medidas conservadoras iniciais como correção de parâmetros de coagulação alterados, ressuscitação volêmica e transfusão de sangue geralmente são suficientes em utentes hemodinamicamente estáveis;
- procedimentos endovasculares são preferível em utentes instáveis, enquanto que a abordagem cirúrgica pode ser indicada perante um hematoma compressivo.
- De acordo com a dimensão do hematoma e das comorbilidades do utente, um hematoma espontâneo pode ter potencial evoluir e conduzir a instabilidade hemodinâmica/sindrome compartimental. A referenciação hospitalar deve ser considerada para identificação da estrutura vascular que o origina (TAC ou AngioTAC) e subsequente orientação terapêutica: