Desidrose palmar
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- Local. Mãos
- Lesão eritematosa? Lesão não eritematosa
- Tempo de evolução. Crónico: superior a 2 semanas, Recidiva/recorrente
- Tipo de lesão. Com fluído: vesicula, bolha ou pústula
- Textura da superfície. Crosta/ulceração/escoriação
- Tipo de bordos. Mal definidos
- Cor.
- Distribuição das lesões. Lesões múltiplas agrupadas
- Sintomas associados. Prurido
- Informação complementar.
Informação sumária
- O eczema palmo-plantar agudo (vulgarmente designado por eczema disidrótico ou desidrose) corresponde a uma erupção vesicular intensamente pruriginosa, muitas vezes simétrica, que afeta as palmas das mãos, a região lateral e dorsal dos dedos das mãos e/ou as plantas dos pés.
- Manifesta-se sob a forma de uma erupção súbita de vesículas intensamente pruriginosas nas mãos e pés, particularmente nas faces laterais e dorsais dos dedos.
- As vesículas são profundas e podem ser multiloculares com aparência característica de “pudim de tapioca” e podem coalescer em bolhas.
- Em cerca de 70 a 80 % dos casos, apenas as mãos são afetadas.
- Ocorre mais frequentemente no sexo feminino e em jovens adultos.
- Os episódios (de novo ou recorrências) tendem a ocorrer mais frequentemente durante os meses mais quentes.
- Pode ocorrer infeção secundária das lesões.
- O diagnóstico é essencialmente clínico.
- A biópsia de pele raramente é necessária e geralmente é indicada quando não há melhoria com o tratamento.
- Pode ser classificado como:
- Eczema disidrótico ligeiro a moderado
- lesões que não envolvem toda a superfície palmar ou plantar;
- apresentam poucos aglomerados de vesículas;
- eritema leve;
- prurido que não é incapacitante;
- nenhuma dor ou desconforto significativo.
- Eczema disidrótico severo:
- lesões que envolvem toda a superfície palmar ou plantar;
- apresentam-se com grandes vesículas ou bolhas incapacitantes (que interferem com a marcha ou o uso das mãos);
- se intensamente doloroso ou pruriginoso, independentemente do tamanho das lesões.
- Eczema disidrótico ligeiro a moderado
- Embora, na maioria dos casos, não seja possível identificar um fator predisponente, a sua causa é provavelmente multifatorial, sendo que os fatores que têm sido associados ao seu desenvolvimento incluem:
- antecedentes de dermatite atópica;
- exposição tópica ou sistémica a alergénios de contacto, designadamente metais, fluidos de metalurgia, ingestão de níquel ou cobalto;
- hiperidrose;
- exposição a fumo do tabaco;
- exposição à radiação ultravioleta;
- stress.
Diagnóstico diferencial
- Dermatite de contacto
- Epidermólise bolhosa
- Dermatite atópica
- Reação dermatofítica
- Pustulose palmoplantar
Tratamento e Orientação
- Medidas gerais que visam reduzir a irritação e restaurar a barreira cutânea. Devem ser utilizadas em todos os estágios da doença. Incluem:
- lavar as mãos com água morna e detergentes sintéticos suaves (sem sabão);
- secar bem as mãos após a lavagem;
- aplicar emolientes após secar as mãos e com a maior frequência possível;
- remover acessórios antes do contato com a humidade;
- usar luvas durante os meses frios;
- utilizar luvas adequadas ao realizar trabalhos com fricção (como jardinagem ou carpintaria);
- e evitar a exposição da pele a agentes irritantes, como detergentes agressivos, solventes e tintas para o cabelo.
- Opções terapêuticas dependem do grau do eczema:
- Eczema disidrótico ligeiro a moderado
- corticoide tópico (1ª linha)
- de alta ou muito alta potência, preferencialmente sob formulação pomada, aplicação de 12/12 horas durante 2 a 4 semanas.
- a utilização prolongada é limitado pelos seus efeitos colaterais, que incluem atrofia da pele, estrias e telangiectasias.
- inibidor de calcineurina tópico
- tacrolimus 0,1%, 12/12 horas, até resolução;
- ponderar como alternativa, sobretudo se se pretende evitar o uso prolongado de corticoide tópico.
- tem efeito anti-inflamatório equivalente a um corticoide tópico de média potência.
- corticoide tópico (1ª linha)
- Eczema disidrótico severo:
- corticoide oral
- prednisona 40-60 mg, 1 vez por dia durante 1 semana, com redução para metade da dose na semana seguinte e posterior esquema em desmame nas 2 semanas seguintes.
- corticoide oral
- Eczema disidrótico ligeiro a moderado
- Considerar caso refratário quando não há melhoria ou resolução do quadro clínico após 2 a 4 semanas de tratamento adequado:
- ponderar avaliação adicional/referenciação e reconsideração do diagnóstico diferencial.